segunda-feira, 26 de setembro de 2011

CARTA DE UM QUÍMICO APAIXONADO



 Berílio Horizonte, zinco de benzeno de 2006.

Querida Valência,
Não estou sendo precipitado  e nem  desejo  catalisar  nenhuma  reação  irreversível  entre nós dois, mas sinto que estrôncio perdidamente apaixonado por você. Sabismuto bem que a amo. De antimônio posso lhe assegurar que não sou nenhum érbio e que trabário muito para levar uma vida estável. Lembro-me  de  que  tudo  começou  nurânio  passado,  com  um  arsênio  de  mão,  quando atravessávamos uma ponte de hidrogênio. Você estava em um carro prata, com rodas de magnésio. Houve  uma  atração  forte  entre  nós  dois,  acertamos  os  coeficientes,  compartilhamos  nossos elétrons, e a  ligação foi  inevitável.  Inclusive depois, quando  lhe telefonei, mesmo pega de enxofre,
você respondeu carinhosamente: “ Próton, com quem tenho o praseodímio de falar ?”. Nosso namoro é cério, estava índio muito bem, como se morássemos em um palácio de ouro, nunca  causou  nenhum  escândio.  Eu  brometo  que  nunca  haverá  gálio  entre  nós  e  até    disse quimicasaria com você. Espero que você não esteja saturada, pois devemos buscar uma reação de adição e não de substituição. Soube que  a  Inês  lhe  contou que  eu  a  embromo: manganês  cuidar do  seu  cobre  e  acredite níquel que digo, pois saiba que eu nunca agi de modo estanho. Caso algum dia apronte alguma, eu
sugiro que procure Avogadro e que me metais na cadeia. Sinceramente, não sei por que você está a procura de um processo de separação, como se fossemos misturas e não substâncias puras ! Mesmo sendo um pouco volátil, nosso relacionamento não pode dar erradio. Se isso acontecesse, irídio emboro urânio de raiva. Espero que você não tenha
tido mais contato com Hélio  (que é nobre!), nem com Túlio e nem com os estrangeiros  (Germânio, Polônio  e  Frâncio).  Esses  casos  devem  sofrer  uma  neutralização  ou,  pelo  menos,  uma  grande diluição. Antes de deitar-me, ainda com o abajur acésio, descálcio meus sapatos e mercúrio no silício da noite, pensando no nosso amor que está acarbono e sinto-me sódio. Gostaria de deslocar este equilíbrio e fazer com que tudo voltasse a normalidade inicial. Sem você minha vida teria densidade desprezível, seria um vácuo perfeito. Você é a luz que me alumínio e estou triste porque atualmente
nosso relacionamento possui pH maior que 7, isto é, está naquela base. Aproveito para lembrar-lhe de devolver o meu disco da KCl. Saiba, Valência, que não sais do meu pensamento, em todas as suas camadas.  

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