Álcoois
Molécula de Etanol
Álcoois: são compostos orgânicos que apresentam o grupo
funcional hidroxila (─ OH) preso a um ou mais carbonos saturados.
A classificação dos álcoois depende da posição da hidroxila:
- Álcoois primários – apresentam sua hidroxila ligada a carbono na extremidade da cadeia. Possuindo um grupo característico – CH2OH.
- Álcoois secundários – apresentam sua hidroxila unida a carbono secundário da cadeia. Possuindo o grupo característico – CHOH.
- Álcoois terciários – apresentam sua hidroxila ligada a carbono terciário. Possuindo o grupo – COH.
Os álcoois primários e saturados de cadeia normal com até onze carbonos são
líquidos incolores, os demais são sólidos. Os álcoois de até três carbonos
possuem cheiro agradável e à medida que a cadeia carbônica aumenta, esses
líquidos vão se tornando viscosos, de modo que acima de onze carbonos, eles se
tornam sólidos inodoros, semelhantes à parafina.
Propriedades químicas dos álcoois: são compostos muito reativos devido à
presença da hidroxila. Apresentam caráter ácido e por isso reagem com metais,
anidridos, cloretos de ácidos, metais alcalinos.
Principais álcoois:
Glicerol: líquido xaroposo, incolor e adocicado, é obtido através de uma
saponificação (reação que origina sabão) dos ésteres que constituem óleos e
gorduras. Empregado na fabricação de tintas, cosméticos e na preparação de
nitroglicerina (explosivo).
Etanol (álcool etílico): é usado como solvente na produção de bebidas
alcoólicas, na preparação de ácido acético, éter, tintas, perfumes e como
combustível de automóveis.
O álcool é produzido pela fermentação de açúcares contidos em frutas, grãos e em caules (como na cana-de-açúcar). As bebidas alcoólicas são classificadas em: fermentadas, destiladas e compostas.
Exemplos
Origem | Bebida fermentada | Bebida destilada |
---|---|---|
Suco de uva | Vinho, champagne | Bagaceira, armagnac, brandy, conhaque, pisco, grappa (aguardente de vinho) |
Caldo da cana-de-açúcar | Vinho de cana | Cachaça, rum |
Cereal | Cerveja (cevada), saquê (arroz) | Bourbon, gim, uísque, vodka |
Suco de agave | Tequila, mezcal | |
Mel | Hidromel | |
Anis | Arak, ouzo, pastis, patxaran, absinto | |
Suco de maçã | Sidra | Calvados |
Suco de ameixa | Slivovitz, schnaps |
As bebidas alcóolicas representam as drogas mais antigas das quais se têm conhecimento, por seu simples processo de produção. Obtidas pela fermentação de diversos vegetais, segundo procedimento no início primitivos e depois cada vez mais sofisticados, elas já estavam presentes nas grandes culturas do Oriente Médio e são utilizadas em quase todos os grupos culturais, geralmente relacionadas a momentos festivos.
Os mais antigos documentos da civilização egípcia descrevem o uso do vinho e da cerveja. A medicina egípcia, respeitada em toda a região mediterrânea, usava essências alcóolicas para uma série de moléstias, enquanto meio embriagador contra dores e como abortivo. O vinho entre os egípcios era bebido em honra à deusa Isis.
O consumo de cerveja pelos jovens era comum; muitos contos, lendas e canções de amor relatam os seus poderes afrodisíacos. O seu uso social e festivo era bem tolerado, embora, já no Egito, moralistas populares se levantassem contra o seu abuso "por desviar os jovens dos estudos". A embriaguez, no entanto, era tolerada apenas quando decorrente de celebrações religiosas, onde era considerada normal ou mesmo estimulada.
Na Babilônia 500 a.C., a cerveja era oferta aos deuses. Nas culturas da Mesopotâmia, as bebidas alcóolicas existiram, com certeza, no final do segundo milênio a.C.; aos poucos, a cerveja à base de cereais foi substituída por fermentados à base de tâmaras. A fermentação da uva também é regularmente mencionada. O uso medicinal de produtos alcóolicos é comum.
O consumo de álcool nas civilizações gregas e romanas é bem conhecido. Ele era utilizado tanto pelo seu valor alimentício, quanto para festividades sociais. Ressaltamos apenas a associação entre o uso do vinho e certas práticas e concepções religiosas representadas pela popular figura do Bacchus. Durante longos períodos, o consumo de vinho era proibido para as mulheres, interdito do qual testemunham também os relatos bíblicos. Lembramos ainda que o vinho é parte integrante de cerimônias católicas e protestantes, bem como no judaísmo, no candomblé e em outras práticas espiritas.
O consumo de bebidas alcóolicas é amplamente difundido no Brasil, onde se consome mais álcool per capita do que leite.
Álcool etílico
O álcool
encontrado nas bedidas alcoólicas é o álcool etílico (etanol).
A estrutura molecular do etanol é assim:
H
H3 C - C - O -
H
H
Nessa estrutura, C é carbono, H é
hidrogênio, O é oxigênio e os hifens são as ligações químicas
entre os átomos. Para esclarecimento, as ligações entre
os três átomos de hidrogênio e o átomo restante de carbono não são mostradas. O
grupo OH (O-H) na molécula é o que dá a ela as propriedades químicas específicas
de um álcool. No decorrer deste artigo, quando dissermos "álcool",
queremos dizer etanol.
H3 C - C - O - H
H
|
- cerveja = 4 a 6% (média de cerca de 4,5%)
- vinho = 7 a 15% (média de cerca de 11%)
- champanhe = 8 a 14% (média de cerca de 12%)
- Bebidas destiladas (rum, gim, vodca, uísque) = 40 a 95%
Além do consumo de bebidas alcoólicas, o etanol também é muito usado para outras finalidades, como combustível e como material de limpeza e higiene, além de seu uso farmacológico.
Papo de Vaca:
Processo de produção do Açúcar e Álcool:
A arte de fazer cachaça:
Como o álcool entra no corpo?
homens x mulheres |
- a concentração de álcool em uma bebida - quanto maior a concentração, mais rápida a absorção;
- o tipo de bebida - bebidas carbonadas tendem a ser mais rápidas na absorção do álcool;
- quer o estômago esteja cheio ou vazio - a comida deixa a absorção do álcool mais lenta.
Efeitos físicos e psíquicos
Provoca um efeito desinibidor. | |
Em caso de uso mais intenso, pode favorecer atitudes impulsivas e, no extremo, levar à perda da consciência chegando-se ao coma alcóolico. | |
Com o aumento do seu uso, diminui a potência sexual. | |
O uso crônico de doses elevadas leva ao desenvolvimento de dependência física e tolerância. | |
Em caso de supressão abrupta do consumo, pode-se desencadear a síndrome da abstinência caracterizada por confusão mental, visões assustadoras, ansiedade, tremores, desregulação da temperatura corporal e convulsões. Dependendo da gravidade dos sintomas, pode levar à morte. | |
"Delirium tremens": quadro de abstinência completamente instalado (estado de consciência turvo e vivência de alucinações, principalmente táteis). |
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